terça-feira, 21 de abril de 2009

Sexo, comida e evolução


Sempre evitei estudar espécies muito próximas do Homem para evitar problemas de objectividade e especulações. Audácia daqueles que o fazem.

Cristina M. Gomes e outro autor publicaram recentemente um artigo em que mostram que chimpanzés selvagens fêmeas copulam mais frequentemente com machos que tenham partilhado comida com elas (num período anterior de 22 meses). Este artigo vem assim suportar a hipótese de troca de carne por sexo (meat-for-sex hypothesis). A ideia não é nova mas este grupo do Max Plank Intitute for Evolutionary Anthropology apresenta pela primeira vez evidências directas que esse é o caso nos chimpanzés. E claro que sendo uma associação poderá sempre ter outras interpretações, contudo a relação está estabelecida, sex and meat. Inclino-me para a interpretação dos autores, o apelo dos benefícios directos. Quer esta associação seja de facto uma troca directa ou não este estudo salienta a importância do contributo da investigação científica na reflexão de quem somos como espécie e qual é o nosso lugar no universo.
Muitas vezes tento mostrar que o homem não é muito diferente dos outros animais e o que me delicia neste estudo é mostrar que os animais não são muito diferentes do Homem.

ponto final

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